E ontem, nos EUA, How I Met Your Mother encerrou finalmente a história de nove anos sobre como Ted conheceu a mãe dos seus filhos. Sei que muita gente não curtiu mas, sobre isso, só tenho a dizer que: o final é tudo aquilo que a gente já tinha imaginado ou poderia imaginar. Mas, de algum jeito mágico, funcionou.
[SE VOCÊ NÃO ASSISTIU E NÃO CURTE SPOILERS, PARE AQUI]
HIMYM jogou limpo com os fãs. Eles não inventaram nenhum recurso muito louco no final, foram fieis a tudo o que era mais básico e verdadeiro na série. Todas as piadas/histórias recorrentes que amávamos deram as caras ontem: a regra dos três dias para ligar para uma garota, o blog do Barney, a teoria da mãe do Ted de que nada de bom acontece depois das 2 da manhã, a cantada “Haaaaave you met Ted?” etc.
Os roteiristas pareceram tão parte do fandom quanto a gente. Eles sabiam onde o final iria doer, onde iríamos nos emocionar e quais eram nossas perguntas internas. A maior delas, a que não queria calar por anos, eu já fiz aqui no blog: OH WAIT, essa é a história de como ele conheceu a mãe ou a tia Robin?
Foi exatamente o que ouvimos dos filhos do Ted. Afinal, a mãe mal aparece nessa história! Mas sabemos todos os detalhes de como ele se apaixonou pela Robin e de como essa paixão tantas vezes não deu certo. A mãe, no fim, foi uma garota maravilhosa que o Ted amou muito e acabou perdendo, já que ela adoece e morre 6 anos antes de ele começar a narrar a série.
Sempre odiei a teoria de que a mãe já tinha morrido e sempre odiei ainda mais ver o Ted correndo atrás da Robin, porque achava que esse casal já tinha perdido a data de validade. MasHow I Met Your Mother é e sempre foi aquele tipo de série que poderia acontecer na sua vida. Essas pessoas poderiam ser seus amigos, aquele apê poderia ser o seu na faculdade se o aluguel não andasse tão caro, as situações são todas muito reais mesmo quando são surreais.Então, aqui está o que acontece na vida:
A gente se afasta dos amigos com o tempo, sim. Alguns ficam, mas não dá para ter 15 ou 25 anos para sempre. O importante é estarmos lá um para o outro nos grandes momentos da vida, como diz a Lily. Bom, estávamos lá com vocês ontem à noite. Vimos que Barney e Robin, por mais que se amassem, não poderiam dar certo se fossem sinceros um com o outro como prometeram no altar. Porque, na essência, o Barney é o cara que tem dificuldade de se comprometer com qualquer tipo de vida e a Robin não sabe abrir mão das coisas. Eles eram parecidos demais, amigos demais. E o fim de um relacionamento também doi demais para duas pessoas conviverem de perto — como a Victoria já tinha explicado para o Ted.
O Barney só poderia se comprometer com a paternidade, já que ter conhecido o pai só depois de adulto foi tão difícil para ele. É o que acontece no episódio. Uma garota que participa de um dos desafios loucos dele acaba engravidando e ele jura para a filha bebê tudo aquilo que não pode jurar para Robin: que ele sempre estaria ali para ela. ~PAUSA PARA AMAR NEIL PATRICK HARRIS AINDA MAIS ♥ ~
Lily e Marshall tentam o tempo todo aproximar a turma, mas também rolam desafios de ter uma família cada vez maior agora. A Lily engravida do terceiro filho e o Marshall trabalha novamente para uma grande empresa, odiando tudo até o momento em que consegue se tornar juiz finalmente. Enquanto isso, Ted vive o relacionamento que a gente sempre esperou ver ao conhecer a baixista da banda do casamento na estação de trem de Farhampton. Ela engravida, eles ~empurram com a barriga~ a cerimônia por 7 anos e Robin retorna para a turma no grande dia, a pedido da mãe.
Apesar de meio corrido (oi, um episódio), a mãe “salva” o Ted. Ela é, também, o que acontece na vida. Às vezes, uma pessoa nos transforma. A mãe traz para o Ted a consciência, como ele mesmo explica, de que se você ama uma pessoa, deve aproveitar cada minuto. O Ted foi o cara que sempre correu atrás do futuro, deixando o presente escapar. Mas isso não acontece com a mãe.
E, como ficou claro pras crianças, ficou pra gente. Sempre tem aquela pessoa que, por mais que o tempo passe, continua a ser significativa na nossa vida. Se você vai correr atrás dela ou “viver para sempre das histórias” (como também disse a mãe há alguns episódios atrás), é com você. Os filhos dão a maior força para o Ted: ele tem que procurar a tia Robin.
E é assim que o Ted acaba onde começou, com a trompa azul, na casa dela. Buscando aquilo que era verdadeiro para ele.
E essa foi uma história sobre amizade, sobre amor, sobre crescer. Uma história divertida e imperfeita, como deveria ser. Eu fico muito feliz que não tenha acabado como Friends, tão bem amarradinha. Tão unânime. Porque não é esse o espírito da coisa.
Obrigada, How I Met Your Mother. Vou ficar com saudades.
Um beijo,
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